Saiba o significado de usufrutuário e os direitos dele sobre um imóvel! - Certidão de Inteiro Teor

Saiba o significado de usufrutuário e os direitos dele sobre um imóvel!

Escrito por Tarcísio Oliveira
Publicado em 17 de dezembro de 2025 e atualizado a 15 horas
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Entender o significado de usufrutuário é fundamental para quem lida com imóveis, heranças ou planejamento patrimonial.

O termo aparece com frequência em escrituras, matrículas de imóveis e processos de sucessão, mas nem sempre é compreendido corretamente.

Na prática, o usufruto cria uma separação entre quem usa o bem e quem é o proprietário formal, o que gera dúvidas sobre direitos, deveres e limites de cada parte.

Ao longo deste conteúdo do Certidão de Inteiro Teor, você vai compreender claramente o significado de usufrutuário, além de saber se é possível registrar o usufruto e como esse procedimento funciona.

Qual é o significado de usufrutuário?

O usufrutuário é a pessoa que possui o direito de usar e desfrutar de um bem que pertence a outra pessoa, chamada de nu-proprietário.

Esse direito inclui, por exemplo, morar no imóvel, alugá-lo e receber os rendimentos, sem que haja a transferência da propriedade definitiva.

O usufruto pode ser estabelecido sobre imóveis, terrenos, veículos, investimentos ou outros bens.

Ele é muito comum em situações de doação em vida, planejamento sucessório e acordos familiares, especialmente quando os pais transferem a propriedade aos filhos, mas mantêm o direito de uso do bem.

O usufruto pode ser temporário ou vitalício, no usufruto vitalício, o direito se encerra com o falecimento do usufrutuário.

Já no usufruto temporário, há um prazo determinado para o fim do direito, conforme estabelecido em contrato ou escritura.

Qual a diferença entre usufrutuário e nu-proprietário?

A principal diferença entre usufrutuário e nu-proprietário está nos direitos exercidos sobre o bem.

O usufrutuário é quem possui o direito de usar e usufruir do bem, podendo morar, utilizar e até receber rendimentos, como aluguéis.

Já o nu-proprietário é o titular da propriedade formal, mas sem o direito de uso enquanto o usufruto estiver vigente.

Na prática, isso significa que o nu-proprietário é dono do bem no papel, enquanto o usufrutuário exerce a posse direta e o aproveitamento econômico.

Ambos possuem direitos distintos e complementares, definidos legalmente e registrados em cartório.

Quais os deveres e obrigações do usufrutuário?

Apesar de ter o direito de usar o bem, o usufrutuário também possui obrigações legais.

Ele deve conservar o bem, realizando manutenções ordinárias e evitando qualquer deterioração que comprometa seu valor ou funcionalidade.

Além disso, o usufrutuário é responsável pelas despesas de uso, como contas de consumo, taxas condominiais ordinárias e impostos relacionados ao uso do bem.

Também deve respeitar a finalidade do usufruto, não podendo alterar a destinação do imóvel sem autorização.

Caso o usufrutuário cause danos ou utilize o bem de forma inadequada, o nu-proprietário pode buscar medidas legais para proteger seu direito de propriedade.

O usufrutuário pode vender ou alugar o bem?

O usufrutuário não pode vender o bem, pois não é o proprietário, a venda ou transferência da propriedade é um direito exclusivo do nu-proprietário.

No entanto, o usufrutuário pode alugar o bem e receber os valores do aluguel, desde que não haja restrição expressa na escritura do usufruto.

O aluguel é considerado um fruto do bem e, por isso, pertence ao usufrutuário durante a vigência do usufruto, já qualquer tentativa de venda do imóvel sem a participação do nu-proprietário é juridicamente inválida.

Quando o usufruto se extingue e o que acontece com o bem?

O usufruto pode se extinguir por diversos motivos, sendo os mais comuns o falecimento do usufrutuário, o término do prazo estabelecido (no caso de usufruto temporário) ou a renúncia formal ao direito.

Quando o usufruto se encerra, o nu-proprietário passa automaticamente a exercer a propriedade plena do bem.

Para formalizar essa situação, é necessário solicitar a averbação da extinção do usufruto no Cartório de Registro de Imóveis, garantindo que a matrícula reflita a nova condição jurídica do imóvel.

Após a baixa do usufruto, o nu-proprietário pode usar, alugar ou vender o bem sem qualquer restrição.

Qual o impacto do usufruto em heranças e divórcios?

No contexto de heranças, o usufruto é amplamente utilizado como instrumento de planejamento sucessório.

É comum que pais doem a propriedade aos filhos, mas mantenham o usufruto vitalício, garantindo o direito de uso do bem até o fim da vida.

Nesse caso, o imóvel não entra no inventário como bem disponível para uso dos herdeiros enquanto o usufruto existir.

Em casos de divórcio, o usufruto também influencia a partilha, se o bem estiver gravado com usufruto, apenas a nua-propriedade pode ser discutida ou partilhada, respeitando sempre o direito do usufrutuário. Isso pode limitar o uso imediato do imóvel por uma das partes.

É possível registrar o usufruto e como fazer?

Sim, o usufruto pode e deve ser registrado para que produza efeitos legais perante terceiros.

O registro é indispensável para garantir segurança jurídica tanto ao usufrutuário quanto ao nu-proprietário, especialmente quando o bem envolve imóveis.

Sem o registro adequado, o direito de usufruto pode não ser reconhecido oficialmente em situações como venda, inventário, financiamentos ou disputas judiciais.

Definição do usufruto e das partes envolvidas

O primeiro passo é definir claramente quem será o usufrutuário, quem será o nu-proprietário e quais serão os termos do usufruto.

É nessa fase que se decide se o usufruto será vitalício ou por prazo determinado, além de possíveis limitações ou condições de uso do bem.

Essa definição é essencial para evitar interpretações equivocadas no futuro e deve refletir exatamente o acordo entre as partes.

Lavratura da escritura pública em cartório de notas

Após a definição dos termos, é necessário comparecer a um cartório de notas para lavrar a escritura pública de usufruto.

Esse documento formaliza juridicamente o direito de usufruto e descreve todas as condições acordadas, como duração, responsabilidades e identificação completa das partes.

A escritura pública é obrigatória quando o usufruto envolve bens imóveis e serve como base para o registro posterior no cartório competente.

Registro do usufruto na matrícula do imóvel

Com a escritura em mãos, o próximo passo é levá-la ao Cartório de Registro de Imóveis responsável pela matrícula do imóvel.

O cartório fará a averbação do usufruto diretamente na matrícula, tornando o direito público e oponível a terceiros.

Somente após essa averbação o usufruto passa a ter validade plena, esse registro impede, por exemplo, que o imóvel seja vendido sem a observância do direito do usufrutuário.

Efeitos do registro do usufruto

Depois de registrado, o usufruto passa a constar oficialmente na matrícula do imóvel, garantindo que qualquer pessoa que consulte o registro tenha ciência da existência desse direito.

Isso protege o usufrutuário e também esclarece a situação jurídica do imóvel para bancos, compradores e órgãos públicos.

O registro é especialmente importante em casos de inventário, doações, financiamentos e partilhas, pois define claramente os limites entre uso e propriedade.

Compreender corretamente o significado de usufrutuário ajuda a organizar o patrimônio, evitar conflitos familiares e garantir segurança jurídica em transações e sucessões.

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